Desenhou batatas velhas e transfiguradas... A observação da transformação da natureza é para si uma metáfora para a passagem do tempo?
Sabemos que quando deixamos as batatas apanhar luz, elas grelam. Lá em casa eu não deixo ninguém deitar fora as batatas greladas. Elas são motivo de interesse porque estão vivas, estão a transformar-se. A metamorfose dos seres vegetais é uma coisa que me toca e que preciso de observar. Então, peguei nessas batatas greladas e levei-as para o ateliê. Fiz uma série de desenhos porque aquelas batatas são uma metáfora sobre a vida e o tempo. Só passado algum tempo é que as batatas ganham esses grelos, que são nova vida e ao mesmo tempo é a velhice entendida como algo de grande beleza e que continua a ser aproveitável. Há pessoas que envelhecem e não são trapos, continuam a ter um papel na sociedade. Mas neste momento, com as pessoas a viverem muito mais, a nossa sociedade tem de criar espaços para elas. O meu pai morreu com 63 anos e eu achava que ele era velho. Hoje eu tenho 61 e não me considero velha. Há muita gente com 80 anos que faz uma vida brilhante e é uma velhice que tem de ser estudada.
Sabemos que quando deixamos as batatas apanhar luz, elas grelam. Lá em casa eu não deixo ninguém deitar fora as batatas greladas. Elas são motivo de interesse porque estão vivas, estão a transformar-se. A metamorfose dos seres vegetais é uma coisa que me toca e que preciso de observar. Então, peguei nessas batatas greladas e levei-as para o ateliê. Fiz uma série de desenhos porque aquelas batatas são uma metáfora sobre a vida e o tempo. Só passado algum tempo é que as batatas ganham esses grelos, que são nova vida e ao mesmo tempo é a velhice entendida como algo de grande beleza e que continua a ser aproveitável. Há pessoas que envelhecem e não são trapos, continuam a ter um papel na sociedade. Mas neste momento, com as pessoas a viverem muito mais, a nossa sociedade tem de criar espaços para elas. O meu pai morreu com 63 anos e eu achava que ele era velho. Hoje eu tenho 61 e não me considero velha. Há muita gente com 80 anos que faz uma vida brilhante e é uma velhice que tem de ser estudada.
Graça Morais in Time out via http://gracamorais.blogspot.com/
Graça Morais no Centro de Arte Manuel de Brito
de 29 de Maio a 19 de Setembro